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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

16 Cristal


18

Viver um dia de cada vez

como se os dias fossem unidades estanques

aglutinando sentimentos

em cada pedaço, em cada dia

em cada devaneio, em cada peça

que se faz um dia, a seguir a outro

e antes do que se segue

numa construção, o mais linear possível

para que as peças se ergam

parecendo só uma

no tapar do sol

no alongar da sombra

de um dia e mais outro e logo a seguir

ainda outro

num recreio, de os haver

ainda.
 
 
 
As recordações são do que passa, os temperos todos, o proveito nem sempre doce mas guardado no recanto dele, no proveito de as sentir ainda, um dia de cada vez. O ter a cabeça repleta  de morte é viver ainda e não ter palavras que me permitam sentir o que sou, neste findar de ano, neste findar do ano em que morreu a minha mãe.
 
 

domingo, 29 de dezembro de 2013

15 MEDIDAS.



32
É a mexer nas coisas
que lhes sinto a forma
e o lugar delas
o que as liga
de estarem encerradas
no mesmo canto
no mesmo vazio
repleto
de malas velhas
que o tempo preservou
tão importantes
de o serem
para quem as guardou.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O tempo leva.

De Natal a Natal um ano passa e a cabeça confusa, mistura intenções que o ano nunca lava.
Publiquei dois livros este ano, mantive os pratos da balança oscilantes, alguns pararam, a minha mãe, o Toninho, a Aninhas e tantos outros que por mim rasparam, deixando um pouco deles comigo. Primaveras ditadas que não acabam, entre mortos e ditadores, crise de estar, crise de ser, crise no Mundo todo e Mandela morreu e Reed também e as ideias e os sons permanecem mutantes, agrilhoados aos inícios que mudam vastos, ao tempo, ao vento e ao que calha.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

14 Dependências



6
A cada porta que parece abrir

uma nova dependência
como um vicio novo
colado à pele dos pensamentos todos
como se ainda fizesse falta
mais um
para prender de uma forma que se repete
mas é nova
nos anseios velhos
o tempo todo
o tempo que se prende em cada frincha
de vida
e de morte
que só fecha para quem morre.

A cada porta que se abre.

Em cada porta um novo abismo
de escadas que sobem descendo sempre
no patamar de um tempo
dependente
patamar a patamar
como se a soma deles
libertasse deles
a prisão das escadas
que sobem sempre descendo
sempre

ou talvez se mantenham quietas

e só eu me mova no sentido de as perder
descendo delas em cada instante
a dependência que nas sensações
se enrola
como um vicio que dura
o tempo de estar vivo.

A cada porta que se abre
uma linha nova assinala novamente
o novo antes
e o novo depois
para que de uma linha se faça o que sai
e o que entra
e o que não regressa.


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Negro Luminoso.

A 13 de Dezembro de 2013


Apresentei ou foi lançado pela Edita-me
ao tempo
o sentir acumulado no" Negro Luminoso".

Deixam de ser meus
estes momentos
acumulados
que marcam no livro da vida
parcelas de ter havido
marcadores entre páginas de gente
relidos e largados com vida
ao encontro dela
de quem possa sentir
e entender
se possível.

Na Biblioteca " Florbela Espanca" entre Poesia e gente conhecida, despedi, deixaram de ser meus, os
textos que cresceram página a página, formando juntos o marcador"Negro Luminoso".
A leitura pelo Dº José Custódio Almeida da Silva, do texto que elaborou e ao qual chamou "Apresentação" foi um momento mágico, uma analise profunda e sentida, que o autor e o pequeno livro lhe agradeceram.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

VerTer.


A luz de dentro cega a de fora
a de ver tudo e não ver nada.

O escuro de ser
permite ver tudo
o que muda e o que persiste
no acordar e no dormir acordado
enumerando migalhas
do pão já comido.

A luz de dentro cega a de fora
a de ver tudo e não ver nada.

Areia que o vento espalha
de nem a ver
de haver ainda
pedaços por desfazer
e valer a pena.

A luz de dentro cega a de fora
a de ver tudo e não ver nada.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Mudanças.


Quando algo não está bem
muda-se
quando não se pode mudar
aguenta-se.

Pausas de refazer para que de novo se faça
o correr dos segundos
como fitas de obras que se prolongam
ao tempo
ao Sol, à chuva
e acabam
e recomeçam na lama
na poeira
dos instantes sempre curtos
sempre bons
de morrerem ainda
um a um
ainda e bons.




sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

13 Pontos de Vista.



13
Se um dia tudo parece correr
e no outro só passa
no arrastar lento dos remos que repousam
como lemes de uma deriva só deles
ainda assim há rumos que ficam traçados
como pontos que se preenchem
de ponto a ponto
no sentido sempre certo
da necessidade e do esforço
e do tempo abençoado
de o haver ainda.

12 A B C.



38
O farelo do serrote
já não é madeira.

O afago suave de todos os dias
é do amor a manutenção
o preservar do que ainda há
e o tempo consolidou.

Nas âncoras da dor e do prazer
mais na primeira, muito mais
se amarram afectos
criam-se sentimentos duradouros
de chamuscados e enrijecidos.

O farelo do serrote
já não é madeira
mas foi.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

11 Papel Branco.



22
É nos patamares que me são permitidos
nos limites dos pulmões
e das pernas
que eu paro e a cabeça voa
na busca do que não há
para que haja
no pensamento que se desliga
o ligar de um caminho
que só de o pensar se concretiza
numa procura sem fim
que se satisfaz de o ser
no meio de tudo
na procura de nada
na procura só
de nada.

domingo, 1 de dezembro de 2013

As cores dispostas.

Hoje vejo pessoas
e as cores
como cubos de Rubyk
faces de uma só cor
e das cores todas
misturadas.

O sentido da cor dilui-se
alonga-se e encurta nas cores dispostas no tempo
no brilho que as perde
no brilho que recupera
a parte que se ganha, na parte que se perde
em cada cor, em cada olhar.

As cores mudam em cada olhar
de nunca serem as mesmas
dispostas em cada olhar
em cada rodar de um cubo multifacetado
de ter as cores todas
dispostas e indispostas
em cada olhar, em cada cegueira
de olhar sempre o lado
dentro
o lado fora
do espelho das coisas todas.

Rodam as cores de cada olhar
e são sempre certos
os momentos e as cores
que rodam sempre certos.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

10 Luís.


20
Esmiuçar dos cêntimos
as sensações.
Tentar dos tostões
os sentimentos
perdidos da unidade
esfrangalhada
perdida
e
incapaz da harmonia
de encher e vazar
como maré que enche e depois leva
no recreio do que é inteiro
e por isso, só por isso
é pleno e sem perguntas
é único nas questões que nunca
nunca
são colocadas.


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

9 Analogias de tudo e de nada.


18
Tanto resmungar e tantas queixas
e não há nada que consiga ser o sonho
que de tudo todos tentam
mas nenhum consegue.

A única certeza
em todos pulsa
mesmo quando parece amargo
o sabor doce de estar vivo
e os dias se arrastam chorosos
numa noite escura, muito escura
e o ter sido um breve fogacho
pode parecer pouco
mas foi melhor que nada.

Foi.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

8 Precursos dos percursos.


38
Tento o equilíbrio de andar
sempre desequilibrado.

O que vejo e o que entendo
são do que quero
as parcelas que posso.

O prato da vida nunca esgota
as sensações
e as gotas que no copo ficam
eram as melhores e sobraram.

Marcantes se querem os momentos
que marcam o tempo sempre igual
para que não pareça que o é.

De negro e branco se revestem os encontros
de dor e prazer, de riso e de choro.

De abraços se fazem os passos
e os tropeções, de uma pressa inexistente,
resumem tudo
ao tempo que passa indiferente
arrumando imparcial
os que sentem e os que pensam sentir
no paraíso das sensações perdidas.



terça-feira, 26 de novembro de 2013

7 Elementos do espirito


7
Nos dias em que o barulho me permite paz
e por mim pensa, eu sou
de tentar, o vazio que se preenche.

Nos dias em que o barulho não me permite paz
e me bloqueia, eu também sou
de tentativas, o vazio que me enche.

Nos mesmos locais com as mesmas pessoas
eu não sei o que se fez
de tão diferente
para pior ou até para melhor
no que eu vejo de me rodear
no que eu sinto de me tentar sentir
no que eu penso de tentar
no que eu penso de nem isso.


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

15 Medidas





13
O
uivar da lua cheia
não deixa adormecer
as sensações quietas
permanentes
nem a tempestade
dos olhos fechados
ou abertos
de estar vivo
como um eco.

domingo, 24 de novembro de 2013

Mário Sá Carneiro. Fernando Pessoa.

O ter morrido em Paris, envenenado pela solidão, permitiu a morte lenta, o suícídio assistido por Tabaco e Álcool, doutores de um pensamento excessivo e de um só Homem a escrita de mundos, a literatura do Mundo permitida na brevidade de uma vida que se fez eterna.
Em 2009 numa hora de unir palhas para que nenhuma se afogasse, entretive a cabeça com o texto que mais vezes li. Arranhei espelhos de água, vi e perdi estrelas no tentar de uma catedral chamada" Tabacaria" a noção de ser, de não ser, do sonho e do concreto.
Repito o que publiquei em 2011, num contexto diferente, depois de publicar" Actos Necessários" e de ouvir a Dª Adelia a ler o meu espelho da " Tabacaria". Entretenho momentos enquanto aguardo que seja publicado, o meu sublimar da vida, o perder que se espelha no tempo e no que se recupera. Entretanto aguardo que saia o" Negro Luminoso".



Quando as palavras escritas atingem níveis de beleza lúcida, de pensamento criativo, muito além do génio comum, ficam estanques, herméticas, vibrantes como correntes de música e som impossíveis de contornar, num tempo só delas que os afortunados que as podem, agradecidos bebem e agradecidos longamente tentam.
Leio a Tabacaria desde os quinze anos, não comecei Campos com ela mas, quando a descobri, sensações para as quais nem busco palavras, na vergonha de as sentir vãs e vazias, me inundaram num Mundo que sentia com sentido na falta dele, destruído e reconstruído estância a estância para que o sentido de tudo seja sempre o sentido de nada e o acaso tudo leva e tudo apaga na metafísica, que é uma “consequência de estar mal disposto”.
Tentei ao longo dos anos abranger, um pouco, sempre um pouco do que o tempo e o meu estado de espírito me permitiam das páginas sublimes de um texto que tenta o Universo para se firmar grandioso e tão vasto no monta e desmonta da Humanidade perdulária. Nunca o conseguirei mas hoje que as minhas esperanças voaram estéreis e vazias, hoje tudo eu posso tentar, não há derrota que me derrube, nem vitória que me possa elevar, do cansaço que se fez negro e buraco e buraco, negro.

Não ser nada mas do mundo ter as hipóteses todas. Olhar alheio e desconhecido e fútil para o mistério da vida e dos seres, que é real e certo como a morte que tudo leva para o nada.
Sentir da verdade a derrota, o estar desligado e por isso lúcido e, ao partir, de tudo sentir a explicação palpitante de já ser alheio. Sentir que tudo é sonho, sentir o que pensa como outra realidade e ficar dividido, entre o que é e o que parece, entre o achado e o perdido.
Tudo e nada, extremos que se tocam ao sabor das vontades, do acaso que parece tornar tudo tão igual, que até bloqueia o pensamento e o faz pensar em pensar. O acaso brinca com os seres e o que serão, são tantos para tão pouco e o sonho a todos alcança e todos pensam poder o que poucos, muito poucos, poderão.
Tudo se faz vasto e distante, o gozo do mais simples se perde, ao tentar explicar o que é para ser sentido e só assim se explica. Pensar e pensar, numa insatisfação que parece infinita, mas que vai guardando do impossível, a certeza amarga de um destino que sem lágrimas sente ser o seu e estóico aguarda.
Invocar as musas do passado e ter a noção delas, que no presente não tem, sentir ainda mais o hiato que se sente, despejado e por invocar. Ter da janela a visão do real nítido e absoluto, dos seres e das coisas, no peso que em tudo se faz alheio.
Ter feito o que todos fizeram e invejar todos só por não serem ele. Ser o que não quis e o tempo passou e acomodado já não pode mudar mas contudo mantém a lucidez de quem longamente pensou e não o fez em vão. Sabe o que é de sublime no que pensa e no que deixa cantar as palavras.
A essência e a música dos versos, de onde partem, aonde vão, inúteis mas com início, sempre defronte da Tabacaria de defronte, sempre desencontrados de quem os faz, no tropeção do que não vale nada e por isso calca a consciência de estar existindo.
E a realidade palpável de repente surge, tudo tem o seu tempo curto, por mais longo que pareça, tudo é tão curto, na hora de acabar, que tudo se faz tão breve, pedaço a pedaço, nas fileiras do tempo e do espaço. Tudo se sucede e as ruas e as gentes surgem e depois vão e o mistério permanece, lá no fundo tão certo como o sono que tudo permite, de inúteis, de impossíveis, de reais que se fazem o concreto, o mistério e tudo.
E de repente o concreto visível, as dúvidas que pouco valem, na realidade que cai e se faz certa de uma energia, que se ergue e no que diz se faz certa e humana, dizendo o contrário.
Num cigarro, no saborear do momento, na pausa em que se libertam os pensamentos e do que fica se ergue a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Fumar, enquanto o destino conceder e, se o destino o quisesse feliz, talvez o fosse, mas já agora da cadeira se levanta. Vai à janela.
 E o concreto visível de novo surge, mais as dúvidas que nada valem, mas agora identificado e sem metafísica, acena e tudo sorri, para que o universo se possa reconstruir de novo, sem ideais nem esperança.
O que fazer do que é belo, se só por inteiro o consegue ser. Da rosa sobram sempre as pétalas, que fora dela nada valem, de um texto como a TABACARIA sobra sempre a beleza das imagens que dão o sal e a pimenta de um tempero genial. Tento, do stress do engenheiro citadino, sentir as preces do ateu que acredita que não acredita e as volutas dos cigarros que a eternidade lhe reservou, enrolam-se nos meus sentidos embotados, incapazes de desmontar este edifício, de ruas e de gente, de concretos e palpáveis, do real e do impossível, que, genial, de uma cabeça brotou, como se fosse simples, esclarecer tudo para que tudo possa permanecer igual. Fazer o funeral da vida para que ela possa ressurgir mais forte, até no chocolate, nos marçanos e no capacho.
Estou agora a ler Caeiro e a sonhar não a morte mas a vida de tantos poetas num só, gostava de ser o menino que desce a encosta, o mistério de não haver mistério nenhum, o Deus que quis ser as pedras e as coisas e os rios, principalmente o pequeno rio de pouca gente da aldeia que desconheço. Mestre de uma paz que nada pede porque tudo aceita, como natural e bom, o concreto, o sentido das coisas é o sentido de elas serem o que são e não pensar em nada é o bastante.
Do Alberto torna-se impossível alcançar a paz da explicação de tudo, que não existe fora do que existe e por si se explica.
Do Álvaro torna-se insustentável a busca de tudo, numa busca de gigantes e de extremos, numa fuga impossível do real, que de si mesma se sustenta, canibal e incapaz de fugir ao circulo majestoso que se fecha nas estradas e caminhos que a nada levam mas tudo levam.
Da Pessoa que dizer, dos “delitros” às quadras ao gosto popular, do “sal de Portugal”, ao Reis que admiro, sem nele comungar, da mesma devoção quase divina de um crente que sabe ser descrente até ao mais intimo da sua crença e contudo ama a vida como a um deus e tudo quer saber, com a permanente noção de que nunca saberá nada, além da “metafísica de não pensar em nada”, ”consequência de estar mal disposto”.
Transeunte de tudo, até da própria alma, mangas-de-alpaca mesmo sem elas, o que dizer do discreto Bernardo, invisível de estar lá, vestido das vivências que o não deixam ficar nu e capaz do Universo na rua dos Douradores, mais o enigma de viver.
O que me vai na alma, na alma vai e comigo vai, cansado e sempre incapaz de sentir do percurso os passos que dei, nos que não dei.


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Lançamento de "Negro Luminoso ".

De 2008 e 2009.
O meu segundo livro de poesia, vai ser apresentado no dia 13 de Dezembro pelas 18 horas na Biblioteca Municipal de Matosinhos "Florbela Espanca".
A Edita-me aceitou publicar o pouco antes e o depois do meu filho mais velho, bipolar que viu tudo tão negro, que quis partir. O que dele regressou, ilumina ainda agora, os momentos perdidos e reencontrados, o que não volta e o que há.
Jorge Manuel Domingues Gouveia Braga

Amanhecer.

Amanhecer os dias todos
tardios pequenos
de serem bons todos
no sossego das coisas pequenas
amontoadas sem atrito.

A frescura do fundo amanhece nos sorrisos todos
de nem os ver.

A frescura no fundo amanhece no riso todo
de nem o haver.

A frescura como fundo de amanhecer presente
desembrulhado em cada fita
que amarra o que desenrola.

Amanhecer o presente dos momentos todos
ainda e sempre
enrolados momentos, rolados segundos
guardados.

O amanhecer dos dias todos
de os sentir entardecer
proveitosos amanhecidos.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

16 Cristal.



6
As importâncias perdem-se
num instante
voam
na importância que tiveram
e depois parece que nunca
a houve
como se…
um hiato de sentimentos
arrastasse passos gagos
no quebrar do que era transparente
e opaco
se fez
em cada folha que tombou transparente
no erguer da resma
opaca.

sábado, 16 de novembro de 2013

O vaguear da disposição.

Agarrar nuances
gostos de não deixar marcas.

Spleen dos de hoje sem absinto
e sentir ou entender
dos momentos o falecer de cada um
e guardar as cores
na caixa de guardar nada.

Harmonia dos sons e das cores
antes, antes de os haver
antes de haver
momentos desenrolados
e silêncio de não haver, de não ouvir.

Miudezas em cada cor que o tempo impôs

e depois ficam como vagas paisagens, exposições de sons, ecos de imagens permanentes.

A cor dos momentos
o amanhecer de todos, o entardecer de todos.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

15 Medidas.

11
Hoje o Vítor passou o dia comigo
a trabalhar
e todo o dia trabalharam comigo as saudades
do irmão
enquanto oolhava os dois num só
e sentia um orgulho desmedido
de ser de ambos o pai.

Morrão aceso.





A pressão das anedotas contadas
para que não haja
o silêncio de pensar
devagar
no que é e de novo é
não se repetindo nunca
não se rindo nunca
das anedotas guardadas silenciosas
em cada correr de tempo
lento caído.
Morrido?

sábado, 9 de novembro de 2013

8 Precursos dos percursos.


51
Pouco se capta
quase nada se apanha
pouco
muito pouco se agarra
do que surge
para que possa ficar sempre
a sensação
do que não foi pensado
do que não ocorreu
e agora berra mudo
os berros vivos que não deu.

Hiatos de sentimentos
metas que sobram de nunca serem transpostas
buracos que ficam no que parecia resguardado.

Nada se guarda do que passa
tudo é válido porque tudo acaba
e o caminho é caminhar
enquanto dura o caminho.


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

7 Elementos do Espirito.

25
Viver como quem caminha
numa linha recta,
que para ser consciente
logo fica repleta,
de desvios e atalhos
capuchinhos e lobos maus
estrelas e cadentes,
roubos e presentes
sonhos quentes
e pesadelos permanentes.

Calcadas as flores,
no funeral dos que ficam
alheios e alheados do que são
e do que fica
e mesmo assim……. permanecem
na linha recta que inconscientes
permitem
repleta de desvios e atalhos
que por eles sonham
a vida que vivem
e a morte
que por eles também vive.

Segundo a segundo
no compasso de cada um
no orgasmo retardado
de cada um.




quinta-feira, 7 de novembro de 2013

9 Analogias de tudo e de nada.

5
Já consigo nadar
debaixo de água
mais um pouco
e habituo-me,
para poder afogar
pouco a pouco
o que incomoda,
o que dói
o que passou
e o que desconheço.

Para que possam
pouco a pouco
ir embora.

Numa pressa,
prolongada,
sem pressa
no ajuntar de tudo
e depois adeus.

E de tudo se faz sempre
nada.



terça-feira, 5 de novembro de 2013

14 Dependências

7
De cada miudeza esmiuçar
o que a fez
o que dela se uniu
transpondo tempo e vontades
dando-lhe a grandeza
de permanecer.

De cada dedo sentir a mão toda
de cada olhar as visões guardadas
para que as trevas se possam romper
na altura certa das certezas pequeninas
que juntas permitem o respirar
de valer a pena.

domingo, 3 de novembro de 2013

Antes do que vem depois.

O que morre não sente mais
deixa de sentir simplesmente.

O que fica é o que sente
o que enche constante
a cabeça do bom
e do mau que persiste
nos que ficam
agarrados por tão pouco
aos que deixam.

O que vive é o que morre...

Enredo de fios
finos
que se fazem cordas
grossas.

Teias que se fazem redes
de pescar sentidos, de os perder constantes
de os ter
para os poder perder
e de novo ter como horas que rolam marcas
como copos que vazam para encher
antes do estilhaçar
antes, sempre antes.
Antes sempre
do que vem depois
sempre.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Lou Reed.



Acabou
as brasas incandescentes arrefecem agora
acabou e do negro de carvão
surgem pontas de tempo brilhante
uma brisa viva
ergue constante
finas poeiras
cinzas de um vulcão extinto
no que fez
pujante e belo
e agora permanece brilhante e vivo
no que desfez.


sábado, 26 de outubro de 2013

11 PAPEL BRANCO de 2010

3
O bolor do tempo
passa pelas casas
pelas gentes
e de um inicio esquecido
sobejam sempre as marcas
dedadas
de crianças e não só
que as camadas, camadas de tinta
nunca tapam, de estarem lá
na recusa
no aceitar
na firmeza que enfraquece
na grandeza que de tão pouco cresce
e uma nova camada de novo tapa
mas só cobre
não tapa
e cedo se cobre de novo
de borrões preciosos
de terem tido
a vida que os fêz.

As paredes desfazem-se
nas vidas que nelas se consomem
e há dias de tudo ter a importancia
de ser importante
e há outros
que nada parece importar
como tijolos colocados
para que outros neles assentem
dividindo a importancia da parede
pelas unidades cada vez menores
que a fazem
e nada valem fora dela
e tão pouco
parecem valer nela.

Será que são negros os pesadelos
ou esta brancura tão intensa
e vazia de a preencher
com a vontade
que nela se esvazia
não será somente
a brancura luminosa
que nos faz as sombras
e os pesadelos
de sermos
nela marcados e acabados
como sombras da brancura viva
que por instantes fomos
permitidos.

sábado, 19 de outubro de 2013

11 PAPEL BRANCO de 2010


32
Tentear as dificuldades
para que tudo pareça facil.

Pentear as ideias na vaidade de as ter
não as tendo de todo
nem de parte
como quem o fez mas só regressou.

Tentar a noção do que se sente
e parar não sentindo nada
mais
longamente.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

11 PAPEL BRANCO de 2010

29
Parei num grão de areia
que olhei prolongadamente.

Mirei aquele
entre o amarelo e o branco
universo
que na ponta de um dedo
me encontrava
perdido
desta expansão ordenada e infinita
de um Universo que me perde
desordenado e contraido

Tracei uma fina linha vermelha
que cruzou direita
uma folha de papel branco
perfeita na sua condição de linha.

Ali ficou algum tempo
sozinha e visivel e marcante
de marcar o que nem sei
mas marcando.

Depois,  há sempre um, depois
linhas sem conta, ondulantes e direitas
encheram a brancura do papel
e num instante se perde a noção e a conta
do que havia de linha direita
de ponto a ponto.

Gotas de ilusões nas gotas de sol
depois do raio da chuva que nada lavou.

Tudo se ergue de pequenos pedaços
e tudo cai na terra ou no tempo
que aturou e sustentou gerações
como ondas que se desfazem nas rochas
que desfazem
e arrastam areia que alisam
no vazio branco
de um destino incerto.

O meu olhar pisa sensações
nos lagos de sentimentos afogados
em cada bocado que viveu de pertencer
e agora aguarda o peso de pertencer de novo.

O que pesa é sempre a falta
os limites que se estreitam
o equilibrio que se renova em cada perda
e de novo se perde
no tentear os dias e as sensações
que arrastam os pés de um para outro
num jogo de empurra que se retarda sempre
na cabeça que se atraza sempre.

Preciso desta estrada repleta de sinais
preciso de ordem nestes sentidos proibidos
que a meu lado caminham
num sentido que não entendo
e por isso aceito, porque não entendo.

Marcas e limites, ordem nesta desordem
que por mim pensa e por mim vive
neste intervalo entre vazios
que me permite ser
sempre
a criança que nada sabe
e por isso remexe, vasculha
e tenta de cada garfada
a plenitude que se perde na seguinte.

Sucessão que se alonga na distancia
marcas que aos poucos vão caindo
incapazes do peso que as solta
deixando-as cair........

vou fazer a barba ao meu filho
essa marca que me verga e eu não solto
nem quero deixar, nem cair com ela

O que importa nem sempre é importante
é mais uma relação de factores que se unem
e dos quais o mais importante
é sempre o último
o que no fim sente, o que é importante
para quem o sente no fim.

Morrem os momentos
como palavras que se alinham
no sentido
esquerda, direita, alinhadas
na busca de uma noção
que dispense as noções todas
na busca da razão que se possa perder
na ausencia das razões todas
que a distancia e o tempo engole
como lixo que se arruma
para  que se possa fazer mais lixo limpo
fresco e razoavel.

Anseio sentir da casa os tijolos que não vejo
as fundações que existem e o lixo que a fez
enquanto nela durmo e como, vivo e sinto
e nela espalho visões como pinturas
de um destino colorido que se encerra.

Sentado e engolido pela prisão que me suga
espalho visões, viagens e ilusões
que só eu posso
de só eu abanar as grades que são minhas
de só eu procurar a merda que sou.

Cinquenta e dois anos e o mesmo impasse
os meus segundos parecem de quartzo
param e arrancam
e só a sucessão deles
o acumular
os esconde
guardados pelos recantos
que acumulam o desenrolar deles
que se faz mais importante
do que eles
escondidos e perdidos pelos recantos.

Ando a perder a coerência
ao certo nem sei bem o que é
mas certamente não é o meu forte.
Faço pausas de retomar o que sou
e olhando os meus, olho o que posso ser
neles
que são o meu forte.

É tudo tão relativo, tão passageiro
mas como pregos de dor e de prazer
que afundam as sensações
e ressaltam as emoções
e marcam caminhos de andar sempre
nada pára, nada mesmo
o percurso que dormindo se faz
o percurso que inconsciente prossegue
nada o pára, nem os pregos.

Tudo parece o sentido de cada grão de areia
na teimosia do vento, do cimento
para que nunca fique sozinho
numa escrita DADA que anseia o senso
de não o querer e o tem sempre
por não o querer.

Dos versos desenhados de Apolinnaire
ao abstrato repleto de formas novas
tudo é uma procura que agiganta cada vez mais
a partida tantas vezes perdida
nos cantos, nos sensos, nos sentidos
estuantes, pulsantes e vivos
de serem da fuga o constante regresso.

Do mal eterno à beleza efémera
hoje o Vetell sagrou~se campeão
e o Benfica ganhou.

A desordem que vive na minha cabeça
ordenou-se de novo
numa desordem mais remexida.

Tenho o vazio das certezas que não tenho
apraz-me o surrealismo de sentir que não vivo
e sentir o vigor do cansaço
em cada Kafka de cada esquina escusada.

As cores de tudo ser branco
escorrem como areia no tempo que as mistura.

A certeza de tudo ser incerto
permite sentir certo
o que se esvai, o que cai
como certezas que se erguem
da incerteza que nada segura.

As ondas que se enrolam levam o que trazem
e trazem o que levam
num mecanismo que afoga as perguntas
nas respostas que enrola constantes
como um borrifo eterno
como saliva que de novo se engole.






domingo, 13 de outubro de 2013

Grão a grão gota a gota.


Água que aprende as formas de ser contida,
água que extravasa limites e se espalha,
preenchendo recantos,
inundando espaços,
dando e tirando no baloiço do incerto,
do que não se repete e assim se faz perfeito,
de não haver volta a dar ao que está feito.

O perfeito de cada segundo,
relativo e sempre primeiro,
o confinar das sensações ao invólucro que as contém.

Água que se pinta das cores todas e do sujo que limpa,
arrastando nela,
o sujo e o tempo que acabam sempre limpos.

As gotas unem-se nas poças que transbordam,
ou evaporam.
Escorrem de um lado, escorrem do outro lado,
são nuvens e são gelo, são o fundo e a superfície,
são águas que param e águas que correm.
Dos sonhos que sobrevoam se faz o fundo de engolir tudo
e o flutuar é uma forma de estar entre abismos,
de permanecer de ser.

Ouço sons que crescem,
melodias que se fazem minhas de as ouvir na minha plataforma,
grão a grão de areia fina,
gota a gota de entender molhando hoje,
secando ontem o entender que se perde em partículas
e com elas se recupera novo,
no tempo de o perder de novo.

Cantos de esconder tudo, cantos de os sentir encantados.
Baloiço de imagens e de sons.
Miudezas que fermentam vastas diferenças
de as haver sempre.




sábado, 12 de outubro de 2013

Aqui e ali.

Daqui para acolá
são cem passos que eu não conto.

Não sei dos passos o que foi mais importante
sei que parti
sei que cheguei.

Sonho que flutua nos passos
de nem os sentir.

Depois afogam-se
na passagem
porque sinto e passo.

As palavras ditas
juntam-se
às que nunca foram ditas
e nada se faz diferente
nada muda
no ouvido ou na mente.

Alongam-se as palavras que nada completam
e o silêncio
depois
parece prenhe de pleno
de sabores e caminhos
de fins caídos
de recomeços tímidos.

Paisagens que se fixam
em momentos de os viver
como quem morre.

Rostos e gestos que se despedem
e permanecem vivos
como paisagens de estações
tantas alongadas em tantos passos
trepidantes confusas sensações
nesta volúpia de estar vivo
e querer guardar tudo
num montão que se ergue confuso.


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Os fins acumulados.

Da superficie se desvenda o fundo
nas arestas que irrompem sempre
num atrito constante
de acomodar sempre, limando sempre
de vontades distintas o roçar que acomoda
das pontas soltas o faiscar
dos cabos soltos enterrados.

São diferenças sempre pequenas
que se fazem vastas
mas o tempo e a distancia dilui o acumulado
no varrer dos detritos
do tempo
de poder acumular fins
esbater cores
ainda
no escorrer de pensar em nada
e sentir a pequenez de tudo
como ter alma
mas sempre emprestada.

domingo, 6 de outubro de 2013

De 2011" 10 Luís".

9
O Inverno e o Verão,
a Primavera e o Outono
existem para me lembrar de ti.
As flores murchas e as viçosas
que seguem num caminho de acabar
todas me lembram de ti.

A secura e a água que corre abundante
parecem mudas
e contudo berram a tua falta.

São os rapazes e as raparigas
os velhos e os novos
a folha castanha e o verde fresco
o céu azul e o céu nublado
o sol quente e a falta dele
que de tudo se fazem lembranças
da falta que me fazes.

Tudo concorda, tudo acorda
tudo parece um só dia
de discórdia
um só, um só dia
que ainda
não acabou.

Claudia Mafalda e tantos.

Ontem as minhas sobrinhas realizaram um evento
em beneficio do meu filho Luís.

Musica que não procuro encheu a sala
e o espaço por momentos pareceu um só corpo,
respirando e movendo-se
como se a musica que eu via
fosse tocada por cada um dos que se moviam,
mal ou bem todos se moviam
e de todos se soltavam acordes de uma melodia viva.

A Paula e o Vitor, o Luís em casa com a avó
e eu com a cabeça de olhar,
olhei a musica da sala toda
e agradeci a entrega e o empenho de todos
e em cada um me parecia ver o Luís,
naqueles momentos bons
que guardo como joias
de não as poder usar mais.

Desde 3 de Julho de 2009
que sem esforço me habituei a permanecer em casa,
o esforço guardo-o para me agarrar ao que tenho
do meu filho e dos meus,
criei uma gaiola dourada e é quando saio dela
que me sinto preso.

Ontem senti o Luís em todo o lado,
" Moon walking" como um rei de sorriso aberto
aos conflitos todos
que só de o olhar,
pareciam, pareciam resolver-se.

Ontem fiquei agradecido, ficamos agradecidos
a tantas pessoas, tantos desconhecidos
e o Luís vegetativo mas vivo
parece que dançou enquanto dormia
tanto se remexeu, sereno, em paz.

OBRIGADO:

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A igualdade de tudo.



Cristais de cada um
facetas rutilantes
em cada cristal
de cada um

mais o carvão em cada risco
em cada momento
de o ver negro e brilhante

e pó

no partir de cada um
de cada momento
como pauzinhos de cor
que  se vai perdendo
em cada pauzinho espetado
ou já quebrado
numa linha nunca direita
ondulante de curvas e mais curvas
que nunca se cruzam
que nunca se tocam
nunca.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Promoçáo de comentários.

Criei este Blog para divulgar o que sinto e por isso o escrevo.
A 2 de Novembro de 2011 publiquei" Poesia como acto Necessário" , iniciando este caminho longo de agitar águas que raramente vejo, pensamentos e pinos de virar e revirar, o torto e o direito, as noções e as balanças, o sumir de cada segundo, no somar coerente de todos.
Entretanto na RTP e no programa trinta minutos, apareci como " Jardineiro poeta" a 2 de Janeiro de 2012.
Agora que publiquei o meu primeiro livro" Actos Necessários" pela Editora Chiado e sabendo eu que os seguintes, sem tirar o meu agrado aos que nasceram primeiro, são melhores eu gostaria de fazer um pedido simples, leiam neste blog os textos que façam parte de: 1" Actos Necessários", 2" O encontro das diferenças", 3" Sem pausas nem arrependimentos" e comentem o vosso agrado comprando, o vosso desagrado não comprando.
"Actos Necessários" de Jorge Braga, Chiado.


O meu primeiro livro que foi apresentado a 23 de Março na Biblioteca Municipal de Matosinhos" Florbela Espanca" está finalmente disponivel. A Editora Chiado enviou-me a lista das livrarias, que eu divulgo a seguir e de novo convido para "mcregional.tv" quem quiser assistir a um pequeno resumo da apresentação.

O livro pode, neste momento, ser encontrado nas seguintes livrarias:

Livraria Les Enfants Terribles
Rua Bulhão Pato, n.º 1
1700-081 Lisboa

Livraria Nun’Álvares
Rua 5 de Outubro, n.º 59
7300-133 Portalegre

Livraria Papelaria 115
Praça 8 de Maio, n.º 29
3000-300 Coimbra

Livraria Branco
Rua Dr. Roque Silveira, n.º 95
5000-630 Vila Real

Livraria Caminho
Rua Pedro Santarém, n.º 41
2000-223 Santarém

Representações Online
Praça do Comércio, n.º 108
4720-337 Ferreiros AMR

Livraria BrincoLivro
Rua Alexandre Herculano, 301
3510 – 038 Viseu

Livraria Universo
Rua do Concelho, n.º 13
2900-331 Setúbal

Livraria de José Alves
Rua da Fábrica, n.º 74
4050-246 Porto

Livraria Esperança
Rua dos Ferreiros, 119
9000-082 Funchal

Nazareth e Filho
Praça do Giraldo, 46
7000-406 Évora

Livraria Graça
Rua da Junqueira, n.º 46
4490-519 Póvoa do Varzim

Aliete S Clara Brito
Avenida 25 de Abril, lote 24 R/C
8500-511 Portimão

Culturminho
Rua Dr. Francisco Duarte, n.º 319
4715-017 Braga

Está disponível online no nosso site e brevemente na wook, na bertrand Online e no Sítio do Livro.

É possível, também, encomendá-lo em qualquer balcão Fnac, Book.it, Bertrand e Bulhosa

domingo, 15 de setembro de 2013

Paisagem ou miragem.


O que é falso?
O que é verdadeiro?
O cruzar de momentos,
os instantes que se cruzam
que se anulam gigantes
de o terem sido
momentos antes , momentos depois
momentos nunca.

Falsos,
verdadeiros no fundir de areias finas
como compassos precisos
de
depois ficarem no canto dos nunca.

Nem de antes nem de
depois
se fazem os momentos
os vO que é falso?
O que é verdadeiro?
O cruzar de momentos,
os instantes que se cruzam
que se anulam gigantes
de o terem sido
momentos antes , momentos depois
momentos nunca.

Falsos,
verdadeiros no fundir de areias finas
erdadeiros e os falsos.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Balança.

Satisfação de momentos
que acontece miudinha
quase sem explicação
por momentos de luz
que depois se apaga
nos momentos que sobram
recordados.

Desilusão de momentos
que acontece devagarinho
quase sem motivo
por momentos acumulados
que depois se quebram
nos momentos que sobram
recordados.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Acreditar e poder mentir.


Rituais que ocupam, sessões de entreter o espirito
que não há
mas parece haver em litanias repetidas
no vazio de cabeças que se desligam
na fé que dizem ter
nos olhos que se erguem descalços
e descansam
talvez.

Quem sabe? Eu e o Nunca
irmão gémeo dos milhões que sabem
aos pedacinhos, migalha a migalha
de um pão que já não volta
o pedacinho que pensam
de ser tudo
o que pensam.

Orações nos cantos todos
desocupados e santos de haver vivos e mortos
nos cantos, nos recantos
nos nadas e no tudo de o ser sempre
pouco, curto mas presente sempre
sempre.

Acreditar e assim poder mentir
com verdade sempre
assim e sempre
com verdade
sempre.



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Volumesooo.

Tocam-se formas que se afastam
volumes de cor
exterior
que se tocam e se afastam
longamente
instante a instante
o tempo de rasgar um momento.
Fogachos interiores
que se tocam e se afastam
e a cor permanece
exterior.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O encaixar do tempo.


As peças dos dias nem sempre encaixam
o tempo adapta, deforma e forma
encaixa as peças de um puzzle
de peças vivas
de vazios que ficam sempre
vazios
na vida de os ter
de a ter
preenchidos
preenchida
por medidas sempre iguais de espaço
e tempo.

Volumes iguais que se tocam e se contornam
e nunca são iguais ao mesmo tempo
ou fora do tempo todo
fora do dentro
dentro do fora de parecer todos os dias
o acabar de cada um
maravilhosos um a um
encaixados num puzzle de acabar sempre
peça dentro
peça fora
para que nada sobre do que parecia sobrar sempre.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O certo do errado.

O certo e o errado seguem tangentes
que escorregam e se tocam
e até se cruzam
como acidentes que acontecem
que esquecem
no somar das unhas que crescem
dos cabelos caidos
de haver certos de haver errados
de todos cairem
todos certos todos errados
maravilhosos e acabados.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Guardar.

A poesia dos momentos todos
de serem sempre curtos
os guardados
os que ficam fundos
e são sempre poucos
de momentos, de guardados
da poesia toda
dos momentos todos.


domingo, 4 de agosto de 2013

Estrelas e abismos.

A dor está toda no que cada um sente
de estar vivo e não ser de pedra
mas diferente.

Pegada a pegada de nenhuma ser apanhada
depois
no diluir das emoções, do sentir
aos pedaços que passam
quebrados de haver magia
ainda
por quebrar.

Em cada fio fino que agarra o eterno
e o permite ser em cada elo a corrente que desce
e não fundeia
das pedras que sentem
o sentir perdido de cada fio no encontro de cada um
de cada fio
em cada quebrar que engrossa a corrente dos abismos.

Navegar as estrelas em cada enterrar de cada pegada
de uma dor que cada um sente
diferente
sempre.

A dor está toda no que cada um sente
de haver estrelas e abismos
e pedras desfeitas e logo refeitas
indiferentes.

sábado, 3 de agosto de 2013

O acontecer que não acontece.




De vez em quando acontece
o que nem aconteceu
e por isso acontece
o que nem aconteceu.

Entender e se possível sentir
do que passa como sonho
o agarrar que não se pode
para que não se perca
do sonho
o agarrar que o perde.

Acordar tomba o que parecia em pé
sereno e habitual
acordado e derrubado.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Patamar a patamar.

As razões e os sentidos em cada patamar
o entender em cada um
os degraus e as luzes acesas
ou fundidas
de estarem, de ficarem
como metas de segundos
corridas perdidas em cada um
em cada patamar vazio de tudo
e tão cheio de nada
degrau a degrau
segundo a segundo
em cada olhar.
Patamar dos que já foram
e o prender de cada um
o aprender em cada um
o perder um a um.

Palavras.

As palavras enrolam explicações
como contas de um colar
de um sonho certo
enroladas
acordadas.
Palavras atiradas como dados
que retornam revirados
e valem sempre dado por dado
o valor de cada um
e nenhum.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

REPETIÇÂO" Actos Necessários" Jorge Braga

O meu primeiro livro que foi apresentado a 23 de Março na Biblioteca Municipal de Matosinhos" Florbela Espanca" está finalmente disponivel. A Editora Chiado enviou-me a lista das livrarias, que eu divulgo a seguir e de novo convido para "mcregional.tv" quem quiser assistir a um pequeno resumo da apresentação.

O livro pode, neste momento, ser encontrado nas seguintes livrarias:

Livraria Les Enfants Terribles
Rua Bulhão Pato, n.º 1
1700-081 Lisboa

Livraria Nun’Álvares
Rua 5 de Outubro, n.º 59
7300-133 Portalegre

Livraria Papelaria 115
Praça 8 de Maio, n.º 29
3000-300 Coimbra

Livraria Branco
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5000-630 Vila Real

Livraria Caminho
Rua Pedro Santarém, n.º 41
2000-223 Santarém

Representações Online
Praça do Comércio, n.º 108
4720-337 Ferreiros AMR

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Rua Alexandre Herculano, 301
3510 – 038 Viseu

Livraria Universo
Rua do Concelho, n.º 13
2900-331 Setúbal
 
Livraria de José Alves
Rua da Fábrica, n.º 74
4050-246 Porto

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Rua dos Ferreiros, 119
9000-082 Funchal

Nazareth e Filho
Praça do Giraldo, 46
7000-406 Évora

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Rua da Junqueira, n.º 46
4490-519 Póvoa do Varzim

Aliete S Clara Brito
Avenida 25 de Abril, lote 24 R/C
8500-511 Portimão

Culturminho
Rua Dr. Francisco Duarte, n.º 319
4715-017 Braga
 
Está disponível online no nosso site e brevemente na wook, na bertrand Online e no Sítio do Livro.

É possível, também, encomendá-lo em qualquer balcão Fnac, Book.it, Bertrand e Bulhosa

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Conhecer para desconhecer.

O retido que me engasga
soma vomitados nunca feitos
gritos de olhar
o arredado das palavras

olhar

de sentir o que não se sente
com palavras
mas sentidos infinitos
de momentos que depois acabam

infinitos

sempre nas sensações
que depois acabam.

Areia fina que pode ser sempre
ainda mais fina
infinitamente
recorda ainda do penedo que foi
o desfazer do tempo
em cada verdade de cada engano
em cada entrega retida
em cada ilusão mantida
em cada mentira sentida
como verdade de sempre
e nunca.










sábado, 20 de julho de 2013

O recomeçar de todos os dias.I

Recomeço todos os dias
quando regresso aos meus
todos os dias de olhar tectos e paredes
no sossego de pensar o descanso
como acessório de estar.
Olho o meu filho deitado
não me vê mas sente a minha presença
e os olhos viram e reviram e fecham suavemente
quando lhe toco
e em cada afago me permito sentir que vivo
ainda.
A mãe de ambos está hoje de parabéns
o meu mais novo faz hoje anos
a digerir desilusões que o tempo cura.
Que o mau cheiro que ele ainda não sente
se faça o perfume que ele merece
amanhã e sempre.

Aprender a desconfiar

Domingo e o que fazer
e o que fazer
é um Mundo enorme,
grandito talvez de não apetecer
mas acontece na mesma
amarrando fios aos fios que pendem sem dono.

Aparências
espelhos de uma luz
que todos reproduzem como sua
nunca a vista
avista a luz de todo
nunca
e os sonhos esmagam o existir
acordando
com o peso de serem tão leves.

Aparências que voam em cada Domingo por fazer
em cada dia por acontecer
em cada engano bom
em cada engano mau
em cada aprender de nunca.



quinta-feira, 11 de julho de 2013

carrascos

Chegamos a isto
Portugueses em protesto
são chamados carrascos.

Qualquer idiota consultava um dicionário
antes de utilizar uma palavra
que significa horror.

Um Presidente a falar de consensos
a tentar impor regras a este desmando
e depois vem esta falar de carrascos
e ainda por cima nazis
talvez por querer dizer algo
de elevado
talvez por ser idiota e  nunca o vai saber
tão certa está da culpa de quem a pôs
no lugar que ocupa.




domingo, 7 de julho de 2013

Portas abertas à loucura.

Nunca tão poucos roubaram tanto a tantos, pelo menos em Portugal, neste maravilhoso País que admite crianças, emotivas, birrentas a  governá-lo, pedindo sacrifícios por um bem comum que nunca é o de todos mas só de alguns.
A brandura de Marcelo Rebelo de Sousa, comentando a incompreensível birra de Paulo Portas, que diz e desdiz, que sai e depois não sai e nunca irá pagar as emotivas birras, caras e suficientes para se demitir, em definitivo, em qualquer País deste Mundo que gira, enquanto nós afundados em corrupção, temos Isaltinos como excepção e BPN como regra de se roubar sempre o suficiente para poder pôr na cadeia a quem se rouba.
Credibilidade afundada há muito, nem dos submarinos necessitou para se afundar.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Estar, estores corridos, ser percorrido.

As religiões são todas verdadeiras

Leio de um livro
as personagens que não viveram
e por isso parecem sempre vivas
de uma vida de contos, cantos sonoros
cantos de um bafio de fechar um livro
e ter ainda os recantos
por entender
do autor
já longamente morto.

As religiões são todas verdadeiras
alimentam-se das vidas que por elas mentem
e a fazem verdade
em cada uma, em cada verdade de cada vida.

Princesas casam, princesas vivem
as fadas de ninguém, os fados de todos
os contos longamente recontados
bebedeiras dos sentidos longamente adormecidos
estonteiam sentidos direcções de as não chegar.

As religiões são todas verdadeiras
são de cada um o bocado de cada um
bocados que se unem numa linha do horizonte.

Montanhas, deserto, oceano
e anoitece
e amanhece
e para entender é necessário sentir
e o sentir nada entende.

As religiões são todas verdadeiras
farrapos de intenções unidas
extremadas, fundamentadas
no vazio de ser
no peso de estar neste sonho
e nem sempre dormir.

domingo, 30 de junho de 2013

125 PESSOA

Pessoa é um enorme bolo que toda a gente tenta cobrir. Nada se contradiz em Pessoa, o dia não é a noite mas ambos se sucedem e se fazem coerentes.
Cortem desse bolo fatias finas de Eternidade impossivel, as vidas de não as ter vivido viveu-as com a força de ter uma verdade para cada uma.
Viagens de as fazer nos sonhos trocados, revirados e remexidos nas viagens muitas de as ter na cabeça de existir.
Desculpa Mário Viegas mas o caixão hoje dança e remexe nas coisas certas de eu ter ouvido Pedro Lamares e ainda não sei do que ouvi os sons que poderão ser meus, marés ventos e estrelas de as ter lá no alto, fundas de as sentir nos pés que as olham sempre, antes, antes de as sentir, enterradas lá no alto.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Mandela.

Uma canção dolente e um refrão constante, cor a cor se faz do branco um arco-íris, de cores perdidas e  reencontradas, em cada morte em cada vida de cores sempre novas, de haver caras de haver opções como aparência de caminho, neste sumir de tempo que é o caminho de ser, caras novas, caras velhas, somas que se somem. Papas vão e o Papa com fumo vem, Gandhi foi Mandela vai e as fundações ficam e os extremos permanecem e as imagens são todas feitas de minusculos pontos, todos diferentes, milhões e milhões de nem os ver.

terça-feira, 25 de junho de 2013

3 de Julho de 2009.

A felicidade do que há
o aceitar do que fica
um dia, sempre um de cada vez
em cada regresso, em cada afago
de o ver ainda, ainda vivo.

quatro anos de dias somados
quatro anos de o ter tido

morto
nos braços.

O sonho é sempre feito de impossíveis
de tempo que não se apalpa
de universos que não se abarcam
de infinitos escorridos
das mãos abertas
que até no sonho acordam.

As cores mudam sempre
sempre alheias da vontade do que pintam
sempre no tempo de as ter
de as ter
mesmo quando findam
no tempo de o ter
ainda
como caminho.

Sentir o perder de cada cor
nas cores que se renovam sempre
em cada fechar de ciclos, de círculos de nada
de só conterem tudo
aos pedaços do que calha
em cada respirar de o ter
repetido e já usado
de o ter repetido e usado.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A paisagem dentro...

A paisagem
é o momento único
de o serem todos
mas nem todos o parecerem
momentos de flores, de jardins
de festas e de funerais.

Festas de despedir momentos
como paisagens
vistas da janela
de estar dentro
de estar fora
de nem estar.

Rebuscar areias e cimentos
e amassar
a cor dos momentos
a de cada um
na cor de todos
e de nenhum.

Paisagens que voam
dentro e fora de as sentir
sempre
dentro.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Repetição " Actos Necessários"

O meu primeiro livro que foi apresentado a 23 de Março na Biblioteca Municipal de Matosinhos" Florbela Espanca" está finalmente disponivel. A Editora Chiado enviou-me a lista das livrarias, que eu divulgo a seguir e de novo convido para "mcregional.tv" quem quiser assistir a um pequeno resumo da apresentação.

O livro pode, neste momento, ser encontrado nas seguintes livrarias:

Livraria Les Enfants Terribles
Rua Bulhão Pato, n.º 1
1700-081 Lisboa

Livraria Nun’Álvares
Rua 5 de Outubro, n.º 59
7300-133 Portalegre

Livraria Papelaria 115
Praça 8 de Maio, n.º 29
3000-300 Coimbra

Livraria Branco
Rua Dr. Roque Silveira, n.º 95
5000-630 Vila Real

Livraria Caminho
Rua Pedro Santarém, n.º 41
2000-223 Santarém

Representações Online
Praça do Comércio, n.º 108
4720-337 Ferreiros AMR

Livraria BrincoLivro
Rua Alexandre Herculano, 301
3510 – 038 Viseu

Livraria Universo
Rua do Concelho, n.º 13
2900-331 Setúbal
 
Livraria de José Alves
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4050-246 Porto

Livraria Esperança
Rua dos Ferreiros, 119
9000-082 Funchal

Nazareth e Filho
Praça do Giraldo, 46
7000-406 Évora

Livraria Graça
Rua da Junqueira, n.º 46
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O tempo

A fuga do que é importante,
colocado ao lado para não encandear,
ultrapassado de nunca o ser
na luz que produz sombras como  se os caminhos se alongassem,
marcados no escuro de ser.

Marco importâncias enormes e fico pobre de olhar delas,
patamares,
lonjuras,
horizontes que se alongam no riso de o sentir triste,
no choro de o sentir num canto,
perdido de certeza,
alegre em cada fotografia que o tempo queimou
amarelecendo as visões de momentos,
segundos esboroados brancos de apagados,
negros de permanentes.

Reter o que mais importa
o tempo
só o tempo
de o sentir
importante.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Recordação de ser.

Ficou de recordação
este sentir de aquário
este sentir dos oceanos todos
em cada gota
em cada olhar de não haver paredes
para o infinito
ou haver infinito por transportar
em cada olhar.

Olhar vazio
recordado sem palavras
sentido sem paredes.

Desamarrado recordado
de cada copo em cada bocado
os copos todos
os vazios e os cheios e os limpos
de tudo ser visto de um lado
de dentro
de fora
de tudo parecer que pertence
de tudo ser.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Tempo

A beleza da minha mãe, aos altos e baixos persistiu ondulante desde que nasci até morrer. O meu Vítor olhou dela, fotografias antigas, descobriu da velhota chatinha a beleza que eu nunca perdi.
Toneladas de sentimentos choro e riso, ausências e presenças e o desenrolar veloz da fita dos dias, das cinzas dos dias, da beleza de ter sido e acabado.

terça-feira, 28 de maio de 2013

LEV literatura em viagem.

E o peso de ouvir as mutações de um tema, um iberismo carregado das dificuldades de agora, dos nacionalismos latentes em cada pedaço de terra. Variações que se alongam até ao infinito, de cada um, curto mas de tantas linhas que todos sonham rectas e depois são curvas e mais curvas que sobem e que descem pelas opiniões cruzadas e logo afastadas, pelas pedras que se afundam sempre, pesadas no consenso de todas se afundarem.

domingo, 26 de maio de 2013

LEV. Literatura em viagem

Leve de ouvir Pessoa num sotaque castelhano, leve de ouvir novidades, de serem sempre diferentes as versões e as partidas de cada um nesta viagem de partir quieto pelo Mundo e seus arredores, na barca de Pessoa sem pedras nem jangadas, mas com pessoas.
Qual é o lado da janela que permite olhar o dentro? O das visões, o espelhado de tudo se recolher dentro e as partidas serem só de estar , os bocados de sentir, os mais cansados de serem do sonho os agarrados.
Ver Mundos de olhar dentro, perder mundos de os olhar na pressa de ver tudo.
As pedras que rebolam desgastam delas o não terem permanecido quietas e a calçada quieta anda, só e sempre, os que nela andam, guardando sempre a face que ninguém viaja.
Raios em todo o Mundo se unem ao Sol, ao quieto universo de sentir, de imaginar viagens ou partidas constantes...

Gostei do piano mas não ouvi quase nada do opiário.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

É sempre menos uma.

Tentar a perfeição no escrever
no pensamento sempre inconsequente
seria
ou talvez seria
do que a nada leva
o falar de um grão de areia
nos dedos rebolado
e descrever dele sensações tantas
texturas inimagináveis
fazer dele um universo
de o poder nos dedos rebolar
para o deixar cair
e não o encontrar mais
nos universos rebolados
que se encontram nos cantos todos
nas esquinas todas
arrumados por uma brisa leve
de que se pode falar
como se fosse
as tempestades todas
na caricia de a sentir correndo
escorrendo  como gotas de um mar inteiro
de as haver como ideias vazias
de as poder ter ou encher
de um vazio de cores novas
como casacos virados
como páginas molhadas
no virar de cada uma como mais uma
no virar de cada uma
e é sempre menos uma.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

LEV literatura em viagem 2013

A

Conferência inaugural

Salão Nobre dos Paços do Concelho
24 de maio | 21.30
Esta conferência inaugural será proferida por Jerónimo Pizarro e terá como tema Fernando Pessoa, cujos 125 anos sobre o nascimento se celebram em 2013. Após a conferência inaugural, haverá lugar a uma leitura encenada de alguns textos de Pessoa.

Mesas

1. O elogio do Iberismo
Biblioteca Municipal Florbela Espanca
25 de maio | 11.00
A pujança de países sul-americanos, como o Brasil e a Colômbia, será um bom pretexto para reforçar os laços ibero-americanos? Podem Portugal e Espanha desenvolver uma estratégia conjunta de desenvolvimento com os países com que partilham o idioma? A que distância estamos de constituir a Jangada de Pedra de José Saramago?
Moderador: Joel Cleto.
Participantes: Pilar del Río, Jerónimo Pizarro, Valter Hugo Mãe e Alexandre Honrado.

2. Portugal do nosso descontentamento
Biblioteca Municipal Florbela Espanca
25 de maio | 15.30
É este o país que esperamos? O que falhou nos últimos 40 anos? Neste debate pretende-se discutir, mais do que o papel dos políticos e dirigentes, os erros cometidos pela sociedade no seu todo. Há falta de comprometimento? Há uma cultura de desinteresse pela construção do país?
Moderador: Pedro Marques Lopes.
Participantes: Eduardo Pitta, José Rentes de Carvalho, Francisco José Viegas e Pedro Vieira.

3. Viagem ao centro do futuro
Biblioteca Municipal Florbela Espanca
25 de maio | 17.30
Moderador: Miguel Soares.
Participantes: Júlio Magalhães, Afonso Cruz, Alberto Santos, Fernando Pinto do Amaral.

4. A língua portuguesa é uma festa
Biblioteca Municipal Florbela Espanca
26 de maio | 15.30
 24 de Maio de 2013, 25 e 26.