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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Verdade

Uma rede fina
de palavras suavemente agarradas
desliza vidas, sonhos que se fazem
como areia escorrendo palavras

da ampulheta que se vira e revira

fazendo mais fina, a palavra que tomba
areia de sentidos infinitos
plena pela metade
que conta o vazio de encher.

Malha fina entrelaçando milhões
laço de verdades mariposas peixes
enredando vontades, verdades, ilusões

a verdade é um rio que nunca desagua
corre nem sempre manso
no leito atrito do eterno
no que desfaz
no que faz
lento
repouso do tempo.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Ao tempo que passa, minúsculo, maravilhoso 9 Analogias de tudo e de nada.

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De areia se fazem construções
e dunas que o vento lambe
e move constante
no oficio de ser vento
e não temer da areia os grãos
minúsculos
que emperram engrenagens
e de cabeça em cabeça
se fazem tão confusos
de nunca serem os mesmos
nunca
que o vento moveu
e a cabeça acolheu
para que nunca pareça
que eram os mesmos
que o vento moveu
indiferente
e a cabeça acolheu
inconsciente.


quarta-feira, 1 de junho de 2016

9 ANALOGIAS de TUDO e de NADA.

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“Alguns pintores transformam o Sol em mancha amarela,
outros transformam a mancha amarela no Sol.”
 
Para que no fim
tudo sejam manchas
mesmo o Sol
que me ofusca excessivo
e quente
deixando a cabeça repleta
de manchas coloridas
violetas
de um arco-íris
incapaz do regresso
ao branco
que na cabeça pulsa
como oposto do negro
que na cabeça pisca
tudo
e depois nada.