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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Dias

Dias de acreditar
dias de fechar.

Dias de sentir
dias de partir
e ficar fechado
nas crenças todas
sentidas
nas constantes partidas

de nada permanecer
inteiro

ou tudo.

Inteiro ou separado
nos dias de os fazer noites
inteiras ou separadas
unindo extremos e tintas diluidas
na crença, na descrença
inicio e fim
esbatidos.



Deep gato negro.

Sensação ou palavra
sentir a beleza ou estacionar neste hiato
de agarrar nada
de entender nunca
de cada migalha
o bolo inteiro
de estar vivo.

Certezas que o tempo desfaz
diferenças
paralelas que o tempo afasta.

Certezas
feitio que o tempo rasga
em cada certeza
de tudo ser diferente
ou talvez de nada ser igual
enquanto o somos.

No descontar das palavras
no acumular das sensações.
Certezas que se somem
neste enrolar do gato ou do rabo
do gato
que se enrola sempre diferente
no meu colo
que descansa enrolado
dentro.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Na hora de sentir.

Na hora de sentir
tudo
é pouco
depois passa
no que a seguir se sente.

Restos arrastados
de não os ter varrido
por completo
vão formando, vão fazendo
restos que são
o sentir que os prossegue.

Vazios por preencher
tempo de esponja ensopado
gotejando o dia e o dia
todos os dias.

Sentidos à vontade
na hora...e depois na hora de
haver um tempo
e o sentir dele inteiro
em cada gota, em cada ampulheta
de areia
ainda revirada.




Do Sol.


Da luz que cai e não se colhe
das plantas iguais que se fazem diferentes
de o terem sido sempre
dentro e fora
de cada floresta de gente
de cada gota recolhida.

Gotas de sol nas gotas de vida
tudo se imita
nada se repete.

Arrastar a cabeça
pelas avenidas de toda a gente
pelos becos de pouca gente
pelas praças da gente toda
e sentir, tentar sentir de cada arrastado
momento
a diferença que o permite.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Disposição

A boa disposição de motivo nenhum,
repentina de surgir como certa,
botão que se abre fora de casa,
rebento que irrompe neste inverno de ser.

Miudezas, areias de as contar e não as entender,
palavras somadas, soldadas às noções,
aos invernos que rompem pequenos,
dentro ou fora da quietude,
de os ter e nenhum.

A boa disposição dos motivos todos,
tão certa como estar vivo,
encerra a beleza, de a sentir prenha do calor de ser.

Palavras numa peneira de areias miudas,
areais de não os entender,
ondas somadas ao vazio liso da cabeça desligada de noções,
quieta dentro e fora de cada momento,
de os ter a todos,
um a um e depois...

A boa disposição de a querer.
Cultivar o entender de perder cada instante,
em cada ON em cada OFF de estar sempre on,
de estar sempre off,
de estar e brincar às rotundas de pensar,
ao sentir em cada saida,
ao sentir em cada retorno com palavras e sem palavras,
o girar de avariar cada instante,
cada grão de o querer e pensar.

A boa disposição de a ligar,
correndo ou discorrendo o ter e o ser.
Enormes se amontoam as razões todas e o vazio que as precede
e o vazio que as prossegue.
Razões de as entender na falta delas,
torneiras de abrir e fechar,
evidências de cair e levantar
e o tempo de ninguém se faz de todos o tempo todo.

A boa disposição de a ter,
de a manter como mentira constante de ser.





 motivo miudezas fé e falta e as voltas que não param de estontear crentes e descrentes todos iguais na distância certa amorfos ou diferentes certos na mesma logica que os faz errados buracos de entreter em cada cabeça universo

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Sentir.



Fazem-se enormes
as pequenas insignificâncias
erguem-se edificios de poeiras
vazios.

Enormes de crescerem dentro
fazem-se tudo.
Vazios edificios sempre
de os rodar e enrolar e com eles rolar
esquecimentos.

Presentes de passo a passo
bloqueios
de areia fina, grão a grão de momentos
encravados
no infinito valor de tudo
encravados
no infinito valor de nada.

Bloqueios de areia fina
poeira como fumo do que arde lento
dentro
no cofre sempre aberto
de sentir.