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segunda-feira, 3 de julho de 2017

3 de Julho.

Hoje e hoje e sempre, sinto intermitente como luz e logo densa sombra, esta lógica de a ver, de não a ter, de não haver   em tudo   como se tudo fosse o escarro de nada.
De quantas palavras se faz um dia? Um só de cada vez, delicado, pensado e vivido no correr de cada instante, infinito perdido no ganhar de cada um. Não e sim e o sorriso que se prolonga, negro e branco e o cinzento que adensa a cor, de a querer, de a perder.
Como areia que se une, o cimento da cabeça, o peso de erguer os pés, neste alheio sentir...e querer... e sentir a leveza de cada instante, no peso guardado de cada instante. Olhos percorrendo mundos, a visão de todos, ilusão de momentos, cegueira dos instantes todos, passageiros de estarem fora da carruagem que a todos leva.
Viagem é uma viagem de contar ou descontar
sonhos de dormir
aos sonhos de acordar
nas imagens fora das palavras

corrente que se afunda longamente
esquecida de ancorar
eternamente

o tempo de cada mentira, na verdade de cada instante fundeado
o afundar de cada verdade e navegar, navegar cada instante
flutuante de haver mar fundo e céu largo
e
estrelas de estarem lá
ou serem só o reflexo de as querer

no abraço doido
que à oito anos eu dei
ao meu filho perdido
que hoje         hoje
ainda tenho.....................