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domingo, 24 de julho de 2022

Ao meu lado

Há 35 anos e alguns meses fiquei rico

repleto de amor e entrega ao meu querido Luís.

A doença boa, maravilhosa de o ter a meu lado

é agora esta dor de o ter ao meu lado

perdido

para sempre...meu, ao meu lado

neste ler e reler os momentos todos

de os querer sentir a todos de novo

e pensar e sentir, viver nesta obrigação de continuar

com ele a meu lado

o tempo todo de sentir, de viver, de pensar

o tempo todo de o sentir presente a meu lado.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

O Adeus que permanece vivo.

 Quieto e dependente

e ensinando todos os dias

em cada afago que lhe fazia

o amor em cada sorriso.


Senti o filho prodigo quando regressou

para morrer, mas foi ficando

sentir não é entender, perdido e encontrado

vivido dia a dia, todos os dias.


Treze anos de o querer bem

de agradecer cada dia que connosco passou

de ver o mundo passando ao lado

do sonho que connosco permanecia.


Despediu-se, sereno, exausto e sempre nosso

o sentir recordado do antes, dos vinte e dois anos maravilhosos

uniram-se à bênção, destes treze anos lindo e dependente

para sentir um só Luís de trinta e cinco anos.


Hoje andei quilómetros com ele ao meu lado

encerrei-o no coração e adoro andar com ele

e não sei se é só dor, ou alegria também

este andar de não o prender, mas sentir-me preso a ele.





segunda-feira, 11 de julho de 2022

A praia em cada grão de areia, o oceano..............................................

 Treze anos de vitorias

contando os dias todos, o infinito de cada um

e

temendo sempre a inevitável derrota 

mantendo sempre a cor, o som e o sabor de cada momento

mantendo vivo o que agora parece perdido

encontrando em cada sensação, o silêncio de as ter tido

e

com elas poder viver

para sempre nossas, no infinito de cada dia.

domingo, 10 de julho de 2022

As cores e o silêncio de recordar.

 A vida é um livro que não se pode reler

um copo que esvazia, depressa ou lentamente

que começa sempre cheio e acaba vazio.

Compartimentar tudo numa colecção de momentos

acumular datas como portas fechadas

tentar a ordem que viver desarruma, dando cor aos segundos todos

mais o som e o silêncio do som, dos ganhos e das perdas.


Depois há sempre um antes que se preserva, que se recorda

um sonho que não regressa mas que se guarda precioso.

sábado, 9 de julho de 2022

O Luís morreu

 Ontem no aturdimento

do inevitável

tudo se fez transparente

tudo se uniu num desgosto enorme

o meu Luís antes, tinha vinte e dois anos

o meu Luís depois, fez treze anos a três de Julho

ontem e agora que o perdi

é só o meu filho de trinta e cinco anos

que eu perdi

num desgosto enorme

de para sempre ser meu