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domingo, 6 de agosto de 2017

AZUL PROFUNDO




Sentir o infinito
em cada ínfima sensação
que se perde
na que lhe sucede
que se ganha
na que segue

de esgotar os momentos
se faz o antes e o depois
o intervalo das cadeiras arrastadas
como silêncio
paragem
passagem de um frémito
de haver luz e sombra
e vida para sentir

...tenho o silêncio dos sons todos...
nos dias de parecer
que há um sonho
por agarrar
e o Mundo todo é um imenso deus
que vive em cada partícula
e morre em cada uma

derramar gotas
desamarrar sonhos
veleiros
de um mar que transborda
e molha os pés de sentir
os segundos todos
escavados na areia
neste caminhar que se apaga

eco do silêncio dos sons todos
percutido no escuro de sentir a luz
como miragem
de sentir que penso
de pensar que sinto
de cada som a diferença
que o permite único

a beleza resguardada em cada gota quieta
plena e completa
ressoando festiva
ressoando lamentos
no silêncio de o ter dentro
escuro quieto

luz que ilumina os sons do silêncio todo
recreio do infinito    rolando lento
recriando sem pressa
rodando
breves voltas

que se fecham no sentir de cada instante
a volta de voltar ao instante que não volta

unindo tempo como nós
de uma rede que tudo apanha
e nada rasga do tempo que a faz
com as linhas que surgem
que se unem
que quebram
que acabam
e ficam