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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

AS DIFERENÇAS QUE FAZEM MUNDOS.

Anos que passam de avanços e retrocessos,
caminho tropeçado pelo interesse,
pelo poder vão que acaba sempre,
breve mas tão longo no presente de cada vitima.

Li o comentário de Gustavo Santos e não o comento, ouvi a tirada humorística do Bruno Nogueira e gostei do incisivo acento na liberdade de expressão, gostei da metáfora da mini saia e avancei para muitos, que ouvi, que li, pensando sempre nesta abençoada democracia, nesta utopia de liberdade, fraternidade e igualdade, que permite comentar, sentir, que permite pensar de tantas formas, de tantas cores, o mesmo vermelho sangue derramado.

Quantos passos neste caminho de tentar e falhar e de novo tentar. Tanta religião tentada, tanta filosofia pensada neste caminho torto, dos direitos, dos deveres, das igualdades, das diferenças, da vida e da morte.

Pela liberdade de expressão, pela fé de a ter e de não a ter, quantos foram decapitados, enforcados, guilhotinados, queimados, fuzilados, garrotados, quantos acabados?

A herança deste Ocidente, funde-se no ocaso de milhões, no acaso de tentar, tentar sempre os passos novos, os pensamentos novos de o serem sempre, no avançar, no retroceder, no viver e morrer nesta
ilusão, de ser livre e valer a pena.
Dos comentários que ouvi, dos que li, todos sem excepção, eram blasfémias para o lado que não as tolera, alguns asneiravam para os dois lados. Vida que se acolhe nos recantos, cantos de haver motivos, cantos de haver sons, que se cortam sem motivo.

Moderados e obedientes, a regras escritas e ouvidas desde sempre, leis que misturam o sagrado e o profano e descriminam e são parciais e são justiça de poucos e de Alá, para os muitos que nele acreditam,
para os que acreditam noutros,
para os que simplesmente não acreditam.
Viver e aceitar as diferenças que se fazem mundos, é atravessar valas e aceitar da travessia, os dois lados, imperfeitos sempre. Não é a encher valas, de cadáveres sempre culpados de terem vivido, que se ganham razões, perdidas em cada violência, em cada discriminação, em cada morte de qualquer lado.
A Utopica Democracia lima arestas nas arestas que logo voltam, tenta o melhor e falha
e de novo o tenta e de novo falha
mas tenta o sonho impossível das igualdades.................................................................

CONTINUA

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Je suis Charlie.


Nefasta e maldita
mas
extremamente simples
a visão monocular
a consciência egocêntrica
destas esponjas vazias
que o acaso apanha e depois enche
com o que calha
do que calha
de vazio que enche.

As palavras parecem faltar na hora de as querer todas, as mais simples, as mais livres.                                            

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

8 PRECURSOS DOS PERCURSOS.

45
Dos impossíveis se vão fazendo
os possíveis.
Do intolerável se vai tolerando
o que acontece
para que o sossego de poder morrer
também permita viver
para que os anseios de hoje
e as estrelas que acabam longe
se possam no vazio,
buraco negro que tudo engole,
reverter no avesso das sensações
que se sentem hoje.

Para que amanhã nada se sinta
tenho de amanhã
o buraco negro de hoje.