Do concerto de cada segundo
conto os sons que ganho
nos que consigo sentir
sempre tão poucos
em cada infinito de cada segundo
do silêncio, vazio de unir sons
se faz este encher de sensações
este correr de estar quieto
este olhar do firmamento
o azul de unir estrelas cintilantes
as Palavras crescem quando se unem
multiplicando sentidos como poeira da mente
caindo sem pressa nos recantos ainda limpos
criando ideias, sacudidas vontades nem sempre certas
sons de segundos, de silêncios sempre diferentes
o tempo é um tormento de nostalgia
um reler de livros, hoje, nas sensações de ontem
que escorrem hoje, novas ou somente diferentes
neste repetir de segundos atormentados
nas vitimas de hoje que parecem as de ontem
de nunca se repetirem se fazem as variações do mesmo tema
e o som dos momentos, os segundos de amor, temor e dor
brotam e crescem no concerto sem conserto do Afeganistão
ou de tantos outros, repletos da razão de nunca a terem
da luz que apaga o cintilar dos sons, a liberdade de ouvir e escolher
refugiados, assustados, expatriados, assassinados
os segundos são todos iguais, os sons diferentes
neste entender do silêncio, o crescer das palavras negras
num fundo branco, brancas num fundo negro
luminosas e coloridas num reflexo mentiroso