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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Opressão do tempo

 Do concerto de cada segundo

conto os sons que ganho

nos que consigo sentir

sempre tão poucos 

em cada infinito de cada segundo


do silêncio, vazio de unir sons

se faz este encher de sensações

este correr de estar quieto

este olhar do firmamento

o azul de unir estrelas cintilantes


as Palavras crescem quando se unem

multiplicando sentidos como poeira da mente

caindo sem pressa nos recantos ainda limpos

criando ideias, sacudidas vontades nem sempre certas

sons de segundos, de silêncios sempre diferentes


o tempo é um tormento de nostalgia

um reler de livros, hoje, nas sensações de ontem

que escorrem hoje, novas ou somente diferentes

neste repetir de segundos atormentados

nas vitimas de hoje que parecem as de ontem


de nunca se repetirem se fazem as variações do mesmo tema

e o som dos momentos, os segundos de amor, temor e dor

brotam e crescem no concerto sem conserto do Afeganistão

ou de tantos outros, repletos da razão de nunca a terem

da luz que apaga o cintilar dos sons, a liberdade de ouvir e escolher


refugiados, assustados, expatriados, assassinados

os segundos são todos iguais, os sons diferentes

neste entender do silêncio, o crescer das palavras negras

num fundo branco, brancas num fundo negro

luminosas e coloridas num reflexo mentiroso