Escher e o espelho mágico
imagem que é palavra
e nela se repete sempre diferente
o tempo que modifica o sentir
de cada imagem
de cada instante
de cada espaço imagem
de cada tudo que é um nada
que se acaba
as camadas de tempo
verniz que anoitece o dia
esbatendo as formas e os sentimentos
que anoitecem noite e dia
neste passar imperfeito
deste tempo perfeito
início e fim de cada momento
no afago de cada instante
no sentir consciente e mínimo
o que sou em cada esgar
sorriso de consciência mínima
que o meu filho me oferece
em cada afago que lhe faço
espelho repetindo mar fundo
sem curvas e distante
como gozo de um dia de melancolia
noites longas de nostalgia
neste sentir noite e dia
o infinito da poesia
nas mãos que guardam
cada afago
que lhe faço