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quinta-feira, 31 de março de 2016

O que é o azul?

O que é o azul?
quando dentro se rasgam
cortinas como nuvens secas
de tentar
de sentir e ver
o azul fora
que não há dentro

O que é o azul'
de o ver fora
estranho
de o aprender
apreendendo
miudezas que se guardam
de ficarem fora
de as ter dentro

O que é o azul?
transparente
de o ter fora
como sombra
do opaco de o ter dentro
correndo sempre
sensações lentas
dentro

O que é o azul?
flutuar no silêncio da musica
unir sonhos como pesadelos
e viver na chuva que pára
na que volta a cair
entre farrapos do azul
que se veste
que se rasgam dentro



quarta-feira, 23 de março de 2016

Europa Unida Jamais Será Vencida

Humanidade
linha que se prolonga
infinitamente maravilhosa
infinitamente horrorosa
neste desenrolar das emoções
todas
das cores todas
num fio fino
que estremece vivo
que une vida
e de vez em quando
de vez em quando
demasiadas vezes
parece
partir.

Ouvi demasiadas vozes
quando "Charlie" sangrou
e o mundo chorou

falavam de respeito

e não mexe que pode ferrar.

Já tinha havido I I e Espanha
e sangue-areias um pouco por todo o lado
escorrendo razões que a morte nunca tem

Thomas More Hans Sophie Scholl

Os nomes de unir
Vão-se Erguendo Anónimos
em Cada Vitima
em Cada Sonho de Liberdade
Fraternidade, Igualdade.

Eu ateu que sou
tenho fé nos deuses todos
do mundo todo
no Homem divino enquanto vivo.

Europa une-te
foge das imitações de suásticas
que em ti crescem
para te desmembrar
une os valores acolhidos em ti.
Ilumina Unida este cancro
reconhece e cura Unida.






terça-feira, 22 de março de 2016

Vazio maldito

As palavras faltam desnecessárias
quando desaguam nos extremos
nos infinitos oceanos do que é belo
nas infinitas fossas do horror.

Que vazio vasto é este?
que da morte faz caminho
sentido e razão

motivação

é avido este deus que concebem
do vazio
de que se enchem

Ontem poesia e cor
hoje água e cor e poesia
e horror que nada lava

de que vazio se faz este vazio
que a si mesmo se nega
cancro da vida
negação maldita
cobardia sem deus sem profeta

maldita

segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia de e da...............

Da poesia parece ser o dia

da cor que não se desliga
o dia parece ser da poesia
que à cor se liga, fundida
à poesia que é dia, que é ...
sentir, sentir gotas como universos
sentir segundos como presentes
eternos

O dia é todo
todos os dias
inacabados
deste sentir todo, acabado
de os sentir a todos
os dias todos acabados
na poesia de sentir as palavras ausentes
presentes de serem.....
poesia somente
vida somente
e riso
riso permanente
de sentir em tudo
o longo desconhecer de tudo
nesta poesia somente

Paro
mas ando no tempo que não para
na pergunta
que todos os dias se responde
desconhecendo sempre
a resposta que todos os dias
se alonga sempre certa

poesia de sentir dos dias
a poesia que os enche
e os permite perfeitos
desconhecidos
da poesia que os faz

perfeita
desconhecida
perfeita os dias todos
desconhecida todos
os dias

na cor de serem dias
poesia e cor
de serem
de
e serem poesias
cores
dias


quinta-feira, 10 de março de 2016

Precursos dos percursos 2010.

47
Todas as palavras são ovelhas perdidas
de um redil sem pastor, de um cão sem dono
todas anseiam o rebanho que lhes dê sentido
o viver que as faça morrer
o sentido que as faça pertencer
ao que nem sabem de permissões e sentidos
que com elas se erguem vivos
e com elas tombam concretizados.

Depois da TABACARIA escrever
é o tentar que já foi feito.
Sou sublime, na minha dimensão, de tentar arrumar
o que para sempre se desarrumou na ordem certa
de um Universo possível.
Remexo constante os pedaços que sou
procurando sempre os condimentos que ainda não provei
e me dão o sabor do que por mim passa.

As palavras todas
permitem sublimar a dor de estar vivo
na felicidade de estar vivo
como se tudo fosse um jogo de aparências
e todas se encaminhassem para o mesmo concreto
impalpável concreto
que tudo resume a pouco e nada permite subsistir.

Multiplicam-se os reflexos estilhaçados
alheios dos espelhos que permanecem
imparciais e coerentes
no darem mas nunca completamente.

Ondulam as bandeiras lá no alto
e não há meia haste, todas são sim
para todas poderem ser não.




sábado, 5 de março de 2016

Atalhos


Atalhos perdidos
caminhos percorridos
encontrados

o entrelaçar de uma folha seca
de tantos caminhos nela percorridos
seca da seiva que correu
castanha do verde que comia sol

silêncio das palavras que faltam
ou das que sobram
incapaz de as desenredar, de as soltar
livres
do encerradas que as sinto
constantes
livres de me prenderem
encerradas de as ter presas

miudinho sossego
que nem sombras mexe

do intenso de ser luz
do escuro de a não ter

sentir do passeio os passos todos
de percorrer seivas vidas
de a todas sentir
perdidas
linhas rendilhadas percorridas
esquecidas nervuras de sempre
talhadas no tempo
que a todas recorda
percorrendo
percorrendo
securas vivas
verdes velhos
jovens castanhos de um sempre
permanente