Existir é um vazio, que se preenche existindo e são tantos os nomes, do que me enche, como são os copos e canecas de encher, de existir.
Quentes ou frios, de manhã à tarde e à noite.
Preencher espaços, vazios que estilhaçam copos e canecas, de sentir e continuar, a linha que se prolonga, de um inicio, ponto a ponto prolongada, no frio e no quente, no amargo e no doce.
Correntes que prendem as mãos e as venturas, necessárias sempre, fundamentais no recordar de tudo, como quem pesa e mede e conserva o vazio, de o sentir todo em tudo, de sentir nada em tudo e assim se assiste, existe como nomes soltos, vivos, noções encarceradas, riscos infinitos no estreitar de uma folha branca, no vazar doce do vazio que me enche o copo.
Palavras como gotas de sede, avançam ou recuam? Enchem ou vazam? A sede de as ter, de as perder ou a sede de a perder?
Um novo dia, uma nova fantasia, ocupa o espaço sempre nu, de um circulo que se encerra, olhando fora e dentro a linha tremida, que teima o fim no inicio que recomeça.
Pensar sem palavras, soltar palavras sem pensar, unir fios tão diferentes, desamarrar enredos no vazar e no encher dos dias corridos, dos sentimentos que mudam, gaguejando tolices tão importantes que o tempo passou, secando ou molhando vontades, perdidas e logo recuperadas, em cada olhar de já o ter tido, neste desenrolar da corrente que se afunda, fundeando espaços em cada âncora que no fundo
estremece.
14 Dependências
3
Resmas e resmas
de pensamentos brancos
se derramam na magia do sono
como cobertas
na magia do despertar
como pássaros e sol
de nenhum lado
para poderem
de todos
ser a luz branca
que ilumina as sombras todas
de todos os lados.