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domingo, 11 de fevereiro de 2018

COLORIR O SENTIR




Viver não é somar tempo
é dar cor a cada momento
de os sentir a todos
mais o peso que os une
à leveza do infinito

romper a intensidade de cada instante
sentir séculos em cada segundo
e somar minúsculos frémitos
como ventos e marés de os ter nas mãos

a medida do infinito em cada centímetro
e o riso do universo em cada folha de Poesia
somando letras e linhas e cores
sempre novas
como água correndo primaveras
como sol dourando verão
e outono maduro bocejando
o descanso do inverno  em cada dia

varrer o tempo nunca o apanhando todo
deixar pedaços de cada momento
prolongados pelo tempo todo
e carregar as cintilações todas
como poeira de cores
de estrelas

dos passos na areia se fazem as saudades
e os sonhos de nostalgia que o vento apaga
dos outros se faz uma ampulheta
tempo correndo como areia
tempo encerrado
correndo
grão a grão
na cor diluida
do sonho


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O que se alonga....

Olhei a baleia majestosa
azul de certeza
naquela imagem silenciosa
diminuindo e desaparecendo
no azul cor do céu
no oceano estampado

os olhos fecham as imagens
de as guardarem aconchegadas
no sentido de nunca o ter
no sonho de sentir as gotas
todas
de cada pequeno mar

de quanto espaço se faz o espaço de o sentir vazio

poesia de sentir o crescer das miudezas
correndo riachos
gotejando emoções
escorrendo tudo ao sabor de nada
em cada partícula que é tudo e todo
de pertencer

marco passos nesta areia que desliza seca

olho de novo a baleia enorme
nadando azul no azul que a engole
olho a vertigem  imagem que se expande infinita
no universo indiferente

conto estrelas de as sentir alheias
como grãos de areia escorrendo dos dedos

olho da baleia o espelho de a sentir minha
diminuindo o universo num infinito diferente
de o sentir colado  em cada sensação

de quantos pedaços se faz o inteiro
neste sentir aos pedaços a vida inteira

do azul que cresce se faz o azul que diminui
unindo mundos de miudezas
sentindo de cada agulha o valor de cada uma
picando a cor de pensar
o branco vazio no branco cheio

de que mar se faz o mar grande
o que cresce sem parar
e é grande...grande
de que mar se faz o mar pequeno
o que minga sem fim
e é enorme...enorme

ondas de imagens que se afastam
fechando momentos
concêntricas  sensações
que se espalham lentas
por este moinho de tempo fino
ao vento ao sol e à chuva
aguardando tempo
de ser
momento
em cada cor
em cada som
em cada intervalo do infinito enredado
em cada migalha de sentir
este mundo e o sentir nele espelhado
nesta magia de sentir cada imagem
espalhada por nostalgia
sentida como poesia
indefinida forma de andar
ao sol e à chuva
passeando








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