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sexta-feira, 3 de julho de 2020

Vivo e transparente

A três de Julho de 2009 perdi o meu Luís
irrequieto......maravilhoso
na mesma data ganhei o meu Luís
quieto...dependente...maravilhoso

e ainda o tenho

de tantas cores se faz o meu gosto de estar vivo
e de muitas mais o meu desgosto de estar

noite e dia e o castigo de pensar
à luz de cada momento e no escuro de cada um

instantes...Kilometros de passos somados e perdidos
na transparência do tempo que tudo engole
indiferente à diferença que nos move

tempo transparente desmedido e sem marcas
rocha que nos desgasta nesta cor de o sentir passar
como gotas que sonham oceanos e na praia evaporam

Tenho agora um neto
e o meu universo cresceu e nas estrelas há o recreio do infinito
o
olhar e sentir as vibrações do tempo sem cor e sem forma
moldando arco-íris das formas e das cores todas

embaciam as janelas nesta viagem que nos permite sentir tudo
em cada pequeno nada da paisagem
de a sentir dentro
toda