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sexta-feira, 29 de março de 2013

mcregional.tv

mcregional.tv" Actos Necessários de Jorge Braga"

Em 16 minutos é apresentado um resumo do que se passou na Biblioteca Municipal " Florbela Espanca". Gostei de rever momentos recordando outros.
Gostei.

Mutações de ser

Os momentos danados passam sem perguntas
abandonados ao tempo e ao decurso de nada.
Tempo refrigerado colocado no canto
de cada uma das prateleiras,
quatro cantos para cada uma
e o som do gelo quebrado em cada uma
estou convalescente dos sentimentos dos pensamentos das visões
de viagens longas de as ter
todas
num barco bêbado de Pessoas
albatrozes e corvos
num barco de peito erguido ao vento das visões encerradas
de se soltarem
dentro

quarta-feira, 27 de março de 2013

Nada se repete

No dia 23 de Março fizeram de mim" Poeta" oficialmente, com pompa e circunstância. Ainda não digeri o momento, voei duas horas e ainda não pousei, viajei no tempo palavra por palavra enquanto ouvia o Dº José, escutei velhos textos lidos pela Ana Teresa, lidos pelos acordes da Marta e despertei para uma beleza de serem ainda novos em cada leitura, em cada camada de poeira de tantos outros depois deles. Depois a DªAdélia e o conflito de explicar o que já dispensa explicação, tão natural se fez este baralhar de um jogo sempre igual, carta a carta de ser sempre diferente, todo junto, separado, jogado e vivido segundo a segundo no amealhar de um tempo que é o tempo todo.
Depois falei e nem sei o que disse só sei que o fiz, ergui cores de palavras imagens de serem o que sou em cada pedaço dorido, em cada bocado feliz, em cada momento de os alongar a todos, como se os quisesse juntar a todos para os entender a todos, melhor com a calma que não alcanço, incapaz do reformar da vida, do stress, do palpitar de cada segundo de a todos entender de nunca os entender.
Chiado e a Biblioteca "Florbela Espanca" e Matosinhos e aqui estou eu.
Nada se repete, nem as palavras.

domingo, 24 de março de 2013

8 PRECURSOS DOS PERCURSOS




1
O fluir da água límpida e fresca
marca num ritmo próprio
o tempo
nos detritos que arrasta
ou transporta
diferentes.

São dela
na corrente que os arrasta
ou transporta
diferentes
no tempo
que de todos fica
o tempo de todos.

O fluir da água
límpida ou turva
marca no que limpa
ou suja
o tempo que passa
no que arrasta
e fresco ou quente
por todos passa.



7
Escarafunchar do que há
o que não há
numa busca do mais simples
como se tudo pudesse ser mais simples
do que já é
em cada acabar escarafunchado.



ACTOS NECESSÀRIOS-Apresentação na Biblioteca municipal Florbela Espanca.

De estar tão carregado de palavras fico sem elas, na hora das marcadas que demoram e depois findam.
Ontem uma linha fina de pressões acumuladas, escorreu como óleo de dedos e de línguas cansados, tudo se expressou no momento e os dedos voaram tocando cabeças despertas,  enquanto as línguas secavam na aragem que é de todos e não é de ninguém, nos sonhos de haver e não haver sonhos, no despertar de os ter ainda, no acordar de tudo parecer bem, nos acordes suaves de uma guitarra e de uma voz capaz do mundo no silêncio entre palavras velhas que pareceram novas, tão novas.
Ontem a poesia rodeou-me e as explicações todas fizeram-se tão simples, que por momentos se acabaram as palavras todas e o bater do coração, o aperto na cabeça estonteada, explicavam tudo se o silêncio pleno conseguisse romper um só momento que fosse, de magia, de poesia, de a ter no lugar dela, viva dentro, em cada pedaço vivo, em cada pedaço morto de o coração bater ainda.


quinta-feira, 21 de março de 2013

Olhar.

As palavras são como imagens vadias
que marcam momentos fechados
de se abrirem de novo
sempre diferentes
em cada leitura
em cada olhar
de tempo
de gente
e de olhar
e é sempre igual
sempre diferente
de cada olhar
o vaguear das imagens
encerradas nas palavras
que se libertam em cada olhar.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Rio de palavras dispersas.

Ritmos, ritmos e as melodias parecem perdidas nesta pressa que se espalha como gotas cansadas de correr e depois correm no lento ajuntar de todas.

Pessoas e pessoas e aparências, maravilhas perdidas e recuperadas e o som e o som extasiante do silêncio, a luz que parte antes de surgir.

Ando numa onda de bailes ou de fadas neste redescobrir do que é meu, nomes que parecem cantos, Ofélia, Adélia. Meninas que eu já nem conhecia e agora me surgem capazes de embelezar o que escrevo, só de o lerem.

Aonde pára a razão na poesia?, No sonho, nos sentimentos que se esticam agudos, deformando razões e realidades, paisagens que desfilam dentro e esvoaçam fora e acabam como portas constantes de se fecharem.
Um caminho curto de parecer longo e tem sempre o mesmo tamanho
de um inicio, de um fim,
de portas que se vão fechando nas costas e pensar é o sentir ondas de calor e de frio que ondulam as imagens do tempo,
fazendo-as sempre diferentes em cada vida que nos toca
em cada partida que nos deixa
na pobreza que em cada um se fecha.

Poesia das palavras que parecem significar tudo e nada são fora do sentir que as possa entender,
nos limites estreitos
da vasta e rica pobreza
que em cada um se fecha.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Vai e vem correndo sem fundo

De que são feitos os segundos?
Guardados como preciosos de nada ensinarem
ou de serem o fundamento
de tudo
fundo,
fundo enterrado como entulho que se deposita
camada a camada,
acamado como tempo perdido de ter sido tudo
e parecer as palavras todas
de as não ter,
de as não sentir
na hora de pintar o negro de negro,
o abstracto de ter as cores como conotações que se recusam
todas
ao Sol de querer ainda.

Sede de um poço que sobe
afundando sede, vontade e luz
numa espiral que sorve alheia e neutra
as sensações que nela se enrolam
e o que desce ou o que sobe
perde as contas às voltas enroladas
e de novo as desenrola
perdendo pontos e linhas e palavras
em tempo que de novo se desenrola camada
a camada,
perdido ou reencontrado num regresso ainda possível.

Sabores e feitios que desconheço instante a instante, de os pensar no meu olhar
de os tentar no de tudo olhar
um sentir um passar de segundos que sinto como de uma corrente pareço sentir o fundo que desconheço sempre,
de areia e pedras remoinhos e lodos que ficam sempre
arrastados depositados na memória que os quer arredar
e neles sempre encrava
de ser um cofre sempre guardado no cofre de ser,
de ser tão pouco nesta encruzilhada de sentir o Universo como segundos que se fecham
e da corrente seguem cursos que correm,
migalhas de um pão de ser sempre migalhas de uma fome inteira.


A espera deprime. Esta pressão dentro que alonga os pedaços todos. Bebo o refresco de pessoas maravilhosas, corto o tempo em fatias diferentes, pedaços marcados de vida e de morte, dentro e fora, meus e dos meus e de todos.

sábado, 16 de março de 2013

O luto de cada dia

Poesia de todos os dias
constante fuga das trevas,
renascimento constante dos valores perdidos,
dos falsos e dos que não são
totalmente falsos,
dos que arrastam caminhos e escuras veredas no limiar de tudo,
fronteira de nada
e só buscam o perder que tudo encontra sempre.

As linhas,
dimensões de um espaço por findar,
encontram-se todas na cabeça de abrigo,
no horizonte que existe como dimensão
como espaço encerrado que a vastidão constante não consegue encerrar.

Espaços encerrados nas dimensões todas do sonho,
vazio que se enche de vazio na cor de ser sempre outro
o vazio que enche o vazio
e as cores de encher os sonhos
e os pesadelos vazios
leves sempre
enquanto dura o tempo de os ter.

Sons que preenchem,
sonhos que se unem ao sonho de acordar,
sons que persistem
e o vazio neles se alonga
de o ser e de não ser,
descascado,
descascado na busca dos ecos todos,
dos que houve e dos que ninguém ouviu
mas de certeza houve,
entre sons que o tempo abafou que os sons abafaram
de os haver e depois não.

O silêncio de sempre de nunca o ouvir
a presença de haver e depois não há
e as palavras parecem perder tudo
no que ganham de significados e silêncios.

Datas marcadas e depois este luto dos dias todos
este marcar de cada passada
na areia do tempo que escorre.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Sentir para entender

Sentir ou entender
entender para sentir
as cores e as sensações num quadro de vazios
como
silêncios
ecos e linhas
horizontes quietos
entendidos em cada caverna de Platão
sentidos partidos.

O tempo parece a refeição que se retarda
no apreciar os sabores todos,
distintos mas engolidos todos
em cada garfada
em cada colherada, em cada golo
em cada calor que arrefece
em cada frio que aquece os momentos prolongados,
prolongados e acabados.

Parece o caminho de ver tudo,
a paisagem que desfila, os que vão, os que passam e os que ficam
e depois acaba o caminho e tudo ficou visto,
tudo em cada caminho fica visto no fim do caminho.

Sensações nas cores todas
prolongam as cores todas
pelos dias todos
e depois param.

Sentir ou entender o encerrar de momentos
em cada depois
em cada queda de erguer ainda
as ideias desconexas
de as haver ainda
numa pergunta constante de assim ser
uma  pergunta constante que só o tempo entende
só e tempo e sentir
e tentar entender.






domingo, 10 de março de 2013

Areia amarela.

O que nasce desenvolve igualdades
que se vão distanciando
e do que é igual
se fazem as diferenças por transpor.

Sentidos de areia amarela,
toda junta,
a mais amarela,
muita,
a menos amarela também,
toda junta amarela,
numa media amarela por toda
que a faz amarela toda
em cada passo dado,
em cada pisar de olhar distante,
amarelo.

As mesmas palavras escorridas dos dedos como areia de entreter,
formam no cair  tantas formas de ser e sentir,
de estar e entender,
e de cada grão se faz a multidão.

Ódios e amores de areia amarela que o mar leva
que o mar devolve sempre iguais
sempre diferentes
como garrafas de mensagens
ao sabor de ir e ao sabor de voltar
trazendo e logo levando
os recados todos permanentes
de ir e de voltar
que alguns transmitem e outros esquecem
que alguns guardam e outros perdem.

Os sonhos todos seguram o peso dela
e cada sonho é um recado que na gaveta se fecha
garrafas vazias em gavetas cheias
que o tempo parte que o sonho consome.

Areia amarela dos sentimentos todos
todos diferentes no amarelo
das igualdades todas
todas diferentes.



sexta-feira, 8 de março de 2013

Presente.

Hoje a minha mãe morreu e o presente
é agora só passado
desembrulhado.

Morreu a minha mãe e um quieto presente
parece afundar no passado que se ergue.

O momento é sempre certo para morrer,
não há volta que se possa dar ao momento
que vem sempre certo.

Será do tempo?
Ou das palavras que escorrem fluidas de cabeça em cabeça
como água colorida
em poças de dor e prazer,
em cores de serem belas
ou belos borrões.

Tenho os sentidos bêbados
desta longa garrafa vazia
de agora as gotas serem todas passadas
saudades de um tempo que foi o meu tempo
todo
que acabou
e eu continuo.

sábado, 2 de março de 2013

Datas marcadas e o tempo voa

depois, depois só depois das datas lentas marcadas antes.


É no depois que depois se faz
tudo.
O silêncio das palavras
todas
o vazio da plenitude
toda
o sonho de um atrazo prolongado
todo
nos caminhos e desvios sempre
todos
em cada gota que se une e logo se pára
gota por gota
separadas
todas.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Actos Necessários 23 de Março 15 horas

Vai ser apresentado na Biblioteca Municipal de Matosinhos" Florbela Espanca" às 15 horas e não às 16 e 30, o evento vai ser divulgado pela Cãmara/Biblioteca e dois dias depois do Dia Mundial da Poesia, textos de ontem, distantes mas capazes ainda do sonho de sentir, serão apresentados.