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domingo, 9 de agosto de 2020

...faltam sempre...

Preciso da porta fechada
para poder abrir a porta

preciso da porta aberta
para poder fechar a porta

o interior feio da beleza
a beleza do exterior feio

preciso da luz para poder sentir a escuridão

e as palavras fazem-se imensas
para sentir as que faltam sempre

só acompanhado de multidões
repetindo gestos que nunca se repetem

professando a religião de estar vivo
de ser mais um
que aprende
no altar da morte a volúpia de estar vivo