para poder abrir a porta
preciso da porta aberta
para poder fechar a porta
o interior feio da beleza
a beleza do exterior feio
preciso da luz para poder sentir a escuridão
e as palavras fazem-se imensas
para sentir as que faltam sempre
só acompanhado de multidões
repetindo gestos que nunca se repetem
professando a religião de estar vivo
de ser mais um
que aprende
no altar da morte a volúpia de estar vivo