Rezo de cada instante
o sabor diferente de cada um.
O meu deus está no que vejo, no que sinto
no que vive e me rodeia.
Universo infinito de olhar dentro
cada cintilar, cada reflexo que foge
eterno
de um só instante diferente.
Diferente infinitamente.
Universo Infinito, tempo quieto
de só aqui se moverem
os instantes e o sentir deles
infinitos.
Infinitos perdidamente.
Crescer dentro as diferenças de ser igual
crescer dentro as igualdades de ser diferente.
Ninguém nasce igual, ninguém vive igual
as igualdades ficam ancoradas no vazio antes
no vazio depois.
Olhar dentro o encher de instantes
o repetir do que é mau, o que nunca se repete
mas parece.
Mas
só parece enraizar com mais força
repetindo reflexos, escuridões
trevas de mil anos que o tempo engole
indiferente
e tanto são de sofrimento, no passar de cada instante
de cada mil anos, segundo a segundo desfeitos
no sentir de cada um, no acabar de cada um
no recomeço de cada instante, de cada ser.
Um universo em cada cabeça
sempre diferente de ser sempre igual
de conter o mal todo e o bem todo
em cada uma.
O universo todo em cada uma
no curto espaço de ver o que há e o que não há
de sentir e viver
de sentir e morrer,