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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

A morte de cada instante

 Sonhos controlados

ainda assim navegam

confinados

ao circulo que a âncora permite

de infinito em cada elo, da corrente de a ter dentro


a vastidão de um sonho que cresce 

no espaço entre duas orelhas

atrás dos olhos que se fecham

miasmas de vírus apreendidos

aprendidos

ensinam e conservam e fazem este sonho

de sonhar todos os dias

a noção de a não ter

o sentido encontrado nas passadas

perdidas


do tempo que não passa tenho a soma do que passou

o extremo de parecer lento

o extremo de parecer que voa

e assim passa sem perguntas nem respostas

e no mesmo ano de ter tido o meu lindo neto

o meu Luís regressou a casa para se ir connosco

e de novo sobreviveu

e no mundo e cá a pandemia descontrolada ria

da nossa pequenez, vastas ilusões que uma agulha fura

enquanto não se adapta à nossa pequenez

a vastidão de um vírus

ou vice versa deste sonho de viver, enquanto se morre instante a instante

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

momentos embaciados

 Atípicos se fazem estes passos

momentos como espelhos sem reflexos

luz que escurece lenta sem amanhecer

tudo é feito para ser diferente

e muito ou pouco, neste alheamento, se nota ou nem se nota

o passar das diferenças


confinamento sem pontos finais que fecham estanques

o que ainda não se fechou, de hábitos velhos, nesta mascarada envelhecida

e o tempo passa satisfeito na saudade de passar

ainda

como quem brinca ao sentimento

de o esconder confinado

de o trazer leve, passeando momentos leves

importantes de nunca o serem, para poderem ser mais

muito mais

sempre

depois