Sonhos controlados
ainda assim navegam
confinados
ao circulo que a âncora permite
de infinito em cada elo, da corrente de a ter dentro
a vastidão de um sonho que cresce
no espaço entre duas orelhas
atrás dos olhos que se fecham
miasmas de vírus apreendidos
aprendidos
ensinam e conservam e fazem este sonho
de sonhar todos os dias
a noção de a não ter
o sentido encontrado nas passadas
perdidas
do tempo que não passa tenho a soma do que passou
o extremo de parecer lento
o extremo de parecer que voa
e assim passa sem perguntas nem respostas
e no mesmo ano de ter tido o meu lindo neto
o meu Luís regressou a casa para se ir connosco
e de novo sobreviveu
e no mundo e cá a pandemia descontrolada ria
da nossa pequenez, vastas ilusões que uma agulha fura
enquanto não se adapta à nossa pequenez
a vastidão de um vírus
ou vice versa deste sonho de viver, enquanto se morre instante a instante